terça-feira, 19 de agosto de 2008

Eu quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa está por dentro
ou está por fora

quem está por fora
não segura um olhar que demora
de dentro de meu centro
este poema me olha

P.L.
Apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois de mim
de nós
de tudo
não reste mais que o charme.

P.Leminsk

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

o sol
entrou pela cozinha
calmamente conversamos durante a tarde,
depois, me deixou no paço,
antes de cumprir sua agenda do outro lado do mundo.
Fazer parte de um coletivo artístico com processo de pesquisa de linguagem continuada. Ter condições adequadas de trabalho, estudo e manutenção da saúde (individual e coletiva), espaço pra ensaio, livros e tudo mais. Construir o coletivo através do fortalecimento do indivíduo e paralelamente, plasmar condições adequadas de trabalho, cavar com as mãos o direito de existir dentro do sistema massificante, que dilacera sem perdão, sem escrúpulo, que te proporciona sempre a metade, nunca o inteiro e não te dá outra opção, ou vc aceita ou então a guilhotina? Qual a opção? Cuidar do próprio ouro, ter consciência de ser agente transformador, ser atuante além, muito além da cena, transbordar esferas e abrir seara.
Interferir de forma eficaz na estrutura pública, visando a construção de caminhos estruturantes do pensamento estético gerado no tempo-espaço-aqui-agora. E, aliás, é hora disso.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pensar o Brasil, nossa formação, nossa configuração enquanto nação, o processo de fazimento do povo, até chegarmos a essa população, que na sua maioria, vive com a sensação de estar em exílio dentro do próprio país. No Brasil tem-se a impressão de que tudo está bem, mas basta um olhar mas amplo sobre o país, e descobrimos que estamos em cima de uma bomba, pior, não longe de explodir. Em Bagdá, ontem, 13 de agosto, morreram 18 pessoas; no Brasil, já há muito tempo, o número de mortes por violência é de 200 POR DIA. Mas a guerra é lá. Enquanto isso, nossa pátria mãe gentil continua isoladona lá no Planalto, longe, pra lá do cerrado, deitada em berço esplêndido, e nós aqui pagando a conta dessa elite deslumbrada, embonecada, e burra, egoísta, corrupta, sem o menor escrúpulo, querendo sim secar as tetas, rasgar a carne e sorver a té a última gota de sangue do povo sem destino, sem futuro, despossuído de direitos, que formam a imensa massa dos estádios, das loterias, dos trens, das lotações. E assim estamos nós aqui, séc. XXI...a criança morrendo de fome no morro, o Dantas volta pra Ipanema, e tudo continua como antes, nesse nosso museu de grandes novidades, certo Cajú?!, e assim a gente vai caminhando...pra onde extamente, não sabemos. depois volto a pensar sobre isso, agora vou ensaiar. Merda!!!

domingo, 10 de agosto de 2008

...que alívio
enfim o
lenitivo

sábado, 9 de agosto de 2008

O espaço contido dentro do nada,
o pensamento capturado na força do acaso,
vazio grávido


meia cura
se(m) cura
te(m) cura


Dor
de herói
não dói
(a partir da observação das margens)